domingo, 1 de julho de 2012







Lá estava ela, bem vestida, cabelos arrumados em uma trança, uma maquiagem leve e um sorriso no rosto, mal sabiam aqueles que a cercavam que tudo aquilo era apenas mais uma de suas tantas farsas. Ao chegar a madrugada, logo aquela sua farsa acabaria, seu teatro chegaria ao fim e com sucesso, pois ninguém fora capaz de perceber uma minima pista que fosse de que tudo aquilo não era real.
Ao adentrar seus aposentos ela poderia tirar aquele sorriso fingido do rosto, passar uma água para que a maquiagem pudesse sair, soltar seus longos cabelos, tirar aquela roupa que a deixava deslumbrante e voltar a sua realidade. Ela colocava um moletom azul claro enquanto suas lágrimas desciam em sua frágil e gélida face, ali estava ela, aquela doce garota, pensando, chorando, como se nada mais pudesse tirar aquela tristeza de si. Em meio aos seus soluços, ela olhava aquela lâmina em cima de sua cômoda, se corroia em desejos de pega-la e desenhar em si mesma, porém algo a prendia; ela teria feito uma promessa de que jamais em hipótese alguma usaria aquela lâmina de novo, se por um acaso essa promessa fosse quebrada, em contrapartida ela perderia as poucas pessoas que com ela se importavam e isso só tornaria sua dor maior do que já estava.
Longos dias se passaram, nada pôde tirar aquela dor dali, a cada dia que se passava ela morria um pouco mais por dentro, ela já estava afogada em suas próprias lágrimas, quem a via não dizia que ela não pudesse ser feliz, quem realmente a conhecia sabia sua luta diária contra todos os teus monstros e fantasmas que a assombravam, ela se perdia, volta e meia caía, se entregava a toda a melancolia e então sofria, sofria calada, pois se ela dissesse algo iriam julga-la, o que ela menos precisava naquele momento era de julgamentos e criticas.
Ela então resolveu entregar-se a todo o sofrimento, ela já havia cansado de sofrer, chorar e lutar para que aquilo pudesse mudar, era como se os famosos dias melhores corressem o mais distante possivel de sua vida. De uma maneira constante e desajeitada as pessoas saiam de sua vida, sem ao menos se preocupar com o vazio que ali deixariam. A menina já coberta de tantos ferimentos, apenas sobrevivia a dias monótonos, dias iguais, dias de pura angústia e sofrimento. Ali estava ela mais uma vez morta por dentro.

Por : Giovanna de Assis Garcia 

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